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A tecnologia que pode matar a morte

19/01/2019 | Sandra Ribeiro

Sandra Ribeiro, Fabernovel – COO Sandra Ribeiro, Fabernovel – COO

“Estou convencido de que as maiores inovações do século XXI se situação na interceção da biologia com a tecnologia. Uma nova era está a começar, como aconteceu com a era digital” disse Steve Jobs na sua última biografia autorizada de Walter Isaacson.

 

Longe de ser um palpite, esta afirmação não foi inocente. O criador da Apple não pode ser separado da sua criação e o plano já estava traçado. Em setembro do ano passado, pode ter passado despercebida a grande viragem da Apple para a área da saúde, com o lançamento de um Apple Watch que deteta os primeiros sinais de insuficiência cardíaca (ainda não disponível da Europa, por falta de acordos de regulação).

 

Mas, se dúvidas restavam, Tim Cook começou o ano de 2019 sendo muito explícito: “Se fizer um zoom out ao futuro e olhar para trás, questionando em que é que a Apple contribuiu fortemente para a humanidade? Será para a saúde!”.

 

A medicina está a tornar-se cada vez mais uma ciência da informação. Médicos e investigadores conseguem recolher e analisar gigantescas quantidades de dados junto dos pacientes e aprender depressa. A Google também está muito bem posicionada na área da saúde e é, provavelmente, a empresa com a maior ambição: a de matar a morte.

 

Uma ambição que mereceu uma capa da revista Time questionando “Pode a Google resolver a morte?”

 

O projeto por detrás desta interrogação é a Calico, uma empresa da Google (Alphabet, para ser mais precisa), dirigida por Arthur Levinson, o antigo CEO da Genentech e Chairman da Apple. 

 

Muito discreta, a Calico revela poucas informações sobre a sua atividade, sendo o seu propósito compreender os mecanismos do envelhecimento e explorar pistas de tratamento de doenças associadas, nomeadamente doenças degenerativas.

 

Este não é um projeto de curto prazo. “Estes problemas afetam-nos a todos, a diminuição da nossa mobilidade ou da nossa agilidade mental, que surgem com a idade, tornam-se um fardo para as famílias até se tornarem doenças mortais. Mesmo sendo uma aposta de longo prazo, acreditamos que podemos fazer bons progressos em prazos razoáveis”, indica Larry Page, CEO da Alphabet. 

 

Travando a degeneração das células humanas, quantos anos poderemos viver? Uma simples questão ainda sem resposta e que levanta tantas outras questões...